O momento presente é o lugar mais seguro para se estar.
Dentro do corpo, como se o corpo fosse um berço.
Sem pensar, sem ouvir as próprias fantasias assustadoras de futuros tristes.
Respirar, só respirar.
O exato momento presente é o alívio.
Sentir o nosso corpo respirando,
sentir o próprio peso, a própria presença.
Sentir cada pedacinho do corpo, do calcanhar à ponta dos fios de cabelo.
Deixar as imagens passarem sem segurá-las, respirar.
Respirar como se o ar fosse tudo o que somos, fosse tudo o que temos,
nossa comida, nosso remédio, nossa paz.
Se apegar à própria respiração como se ela fosse nosso anjo da guarda.
Se entregar.
Deixar as imagens passarem por nossa mente. Respirar.
Se apegar à própria respiração como se ela fosse nossa melhor amiga segurando a nossa mão.
Relaxar, respirar, entregar.
Sentir o corpo pesando cada vez mais a partir das pontas dos pés.
Respirar. Estar.
Sentir o que dói. Respirar. Respirar no lugar que dói.
Inspirar luz, expirar sombra. Inspirar luz , expirar sombra até clarear a dor.
Entregar;
respirar;
ser;
sustentar neste lugar;
respirar.
Ser a própria respiração, o fluxo, a vida.
Se perder na própria respiração, afundar...
Relaxar e relaxar.
quarta-feira, 19 de junho de 2013
domingo, 9 de junho de 2013
PROJEÇÃO e PRECONCEITO de Lisélia de Abreu Marques
Projeção. Sala
de projeção. O nome nos remete a uma sala de cinema. Imagine uma
sala escura onde imagens do mundo exterior são projetadas em uma tela. Compare isso
com o nosso cérebro. O nosso cérebro fica trancado no escuro dentro de uma
caixa craniana e lá recebe estímulos elétricos que são traduzidos em forma de
som, imagem, tato, paladar, olfato entre outros. As informações vêm
fragmentadas e o cérebro se encarrega de preencher as lacunas faltantes com
informações de arquivo. Estas informações resultaram de experiências
anteriores, ou seja, são passado. O que acontece? Pegamos uma informação novinha em
folha e a mesclamos com as informações de arquivos passados para obtermos mais detalhes
sobre ela. Pegamos por exemplo a ida a feira: a cada fruta ou vegetal
exposto, teremos as impressões visuais, táteis, olfativas daquele momento
presente mescladas com lembranças de experiências anteriores vividas em relação
àqueles vegetais. Lembranças de infância, circunstâncias agradáveis ou não se
juntam ao momento presente e nos
influenciam na escolha dessa ou daquela fruta. A lembrança de laranjas
saborosas nos induzem a experimentar novamente e compramos novas laranjas que nem
estavam tão saborosas assim.
O
mesmo acontece com outras circunstâncias da vida. Pessoas, lugares, coisas.
Tudo o que tocamos, tudo o que nos chega de novo se mescla com o velho arquivo
e, se por um lado isso aumenta o número de informações a respeito daquela
coisa, por outro contamina tudo com pré – conceito, com pré-julgamento.
Agora
vamos imaginar uma situação em que as nossas experiências não foram muito boas.
Uma nova experiência parecida virá contaminada de passado e com uma carga
emocional adulterada negativamente. Já experiências
positivas naquele sentido vem envoltas por boas lembranças. Isso altera toda a nossa disposição para
experimentar a vida. Boas
lembranças nos impulsionarão para novas experiências e más lembranças nos
fecharam para elas. É um tipo de mecanismo de defesa.
O
que percebemos com isso? Que somos parciais e subjetivos em todos os nossos
julgamentos. Que as nossas avaliações se baseiam em experiências passadas e
presentes. Quanto menos informações presentes obtemos de algum fato novo, mais
recorreremos a informações passadas para
completarmos os dados sobre ele. Isso,
aliado às imagens de massa e individuais não só influencia na formação de
preconceitos como distorce o presente fazendo tudo se parecer um pouco mais com
o passado. Quem nunca ouviu a frase: “Os homens são todos iguais.” “Mulheres
são falsas e interesseiras.” Essas imagens podem influenciar a maneira com que
as pessoas se relacionam entre os gêneros.
A
aquisição de novas experiências ajuda a aumentar o acervo de informações de que
dispomos para os nossos julgamentos e avaliações. A repetição de experiências
semelhantes fortalecem as imagens de arquivo a respeito daquela experiência.
A
projeção está presente em relação a praticamente todas as nossas avaliações:
pessoas, objetos, lugares, etc. portanto
é muito importante estarmos alertas para não confundirmos o novo com o velho, o
presente com o passado e não julgarmos mal as novas experiências por conta de
experiências anteriores.
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