domingo, 25 de dezembro de 2011

PARTES DE MIM de Lisélia de Abreu Marques

Tem uma parte minha cheia de boa vontade, ética e afeto. Esta parte realmente deseja o melhor, busca por este melhor, acredita neste melhor em si e nos outros, mas tem, também, uma parte minha selvagem, irritável, agressiva, pronta para atacar. Esta fera tem uma agilidade! Qualquer descuido que eu dou ela escorrega o braço pela grade da sua jaula e mete as garras em alguém, às vezes até em mim mesma. Tem uma língua que corta como espada.
De burra, a fera que vive em mim, não tem nada. As vezes ela é sutil como uma sombra pode ser e me convence de que um preconceito, um raciocínio torto, uma maldadezinha estão certíssimos, afinal, foi o outro que provocou. E, infelizmente, muitas vezes caio direitinho na lábia dela. E, é tão rápida no bote, esta fera que vive em mim, que quando me dou conta, já fiz a besteira. E ela ri satisfeita. Vivemos num clima de gato e rato esta parte e eu. Tem momentos que ela ataca a si mesma e se arranha toda, se morde, se maldiz com culpas e penas autoimpostas. Tenho dó dela e ela ri, pois me enganou de novo. 
A fera é tão esperta que costuma usar espelhos pra me enganar. Há momentos em que olho para alguém e ela, imediatamente coloca um espelho na frente e vejo a face projetada da minha  fera babando e rosnando e já entro na defesa e ataque. Aí adeus, já era a paz e a harmonia.
Com outras pessoas, a danadinha coloca o espelho refletindo o meu melhor no rosto do meu interlocutor e como Narcíso, me apaixono por minha melhor face. Aí, então, ela tira o espelho e eu não reconheço a face de quem achava estar amando, meu coração se parte em mil pedacinhos e a fera se sente triunfante mais uma vez. Ela é cruel e adora usar seus muitos espelhos contra mim e contra os outros.
 Pois é, vivemos assim, nós três, as três partes de mim mesma: quem eu penso que sou, o meu melhor e o meu pior. E a vida segue. Um dia acredito serei inteira novamente, guiada pelo melhor que há em mim. Até lá desculpem meu mau jeito.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

PREM BABA

Questão: Amado Prem Baba, nós, homens e mulheres, somos tão diferentes. Essa diferença faz com que, o caminho de purificação seja muito diferente para homens e mulheres. Como viver essa diferença e esse caminho dentro da relação?

Prem Baba: Em primeiro lugar, abrindo mão da necessidade de que o outro seja igual a você. Isso faz com que você se abra para compreender o outro. Essa iniciação espiritual, que é o relacionamento a dois, tem os seus mistérios. Esses mistérios, somente se revelam, quando você está aberto para desvendá-los. É você quem abre a porta para que o mistério se revele. O mistério do universo masculino, do universo feminino; o mistério da relação e da fusão desses dois princípios. Somente quando você se abre, é que o universo revela os seus mistérios. Você se mantém fechado, enquanto quer obstinadamente, forçar o outro a ser o que você projetou.

Enquanto você estiver obstinado a forçar o outro, a ser aquilo que você imaginou que ele fosse, significa que você está fechado para o mistério; significa que você ainda não está recebendo os ensinamentos dessa iniciação espiritual. Significa que você está andando em círculos. Você está somente projetando no outro, as suas fantasias e usando toda a sua energia, para forçá-lo a te amar exclusivamente. Isso é o mesmo que andar no vale da sombra e da morte.

Você tira o pior do outro para fora e, também coloca o seu pior para fora. Porque a porta do coração está fechada. O coração se abre e, você começa a desvendar o mistério desses princípios universais, quando deixa de forçar o outro, a ser aquilo que você quer que ele seja; quando você abre mão, de querer transformar o outro e, quando você se abre para a compreensão, de que cada um só pode transformar a si mesmo. Então, você se abre para compreender o outro.

Deus tem seus mistérios. Um deles é esse, de se manifestar através do homem e da mulher. Você só pode compreender esse mistério, se estiver aberto para a aventura de conhecer a si mesmo através do outro. É preciso haver interesse de conhecer o outro, como ele funciona e como ele age. Isso somente é possível se há amor. Somente com esse amor, você se abre para receber a revelação desse mistério. Inclusive de querer compreender, como é que você pode ajudar o outro na revelação.

Como você pode ajudar o outro a despertar os seus potenciais? Somente se há amor, você de fato estende a mão, para que o outro seja realmente feliz. O que acontece é que, de uma forma geral, nos relacionamentos humanos, um ser não enxerga o outro. Ele só enxerga as suas próprias projeções e, quer que o outro corresponda às suas expectativas. E, se o outro não atende às suas expectativas, você se aborrece. Você se fecha e passa a forçar o outro a fazer do seu jeito. Assim, você perde a chance de desvendar o mistério.

O princípio masculino é o princípio da ação. Quando você planta uma semente, você precisa exercer uma ação. O princípio feminino é a aceitação e a receptividade. É o tempo de espera, para a semente se transformar numa flor. Não importa, se esses princípios se transformam num homem, ou numa mulher. Eu estou falando dos princípios cósmicos universais que, em algum momento, precisam se unir dentro de você. É por isso que você busca fora.

Você diz assim: “Querido mestre Prem Baba, algumas vezes, dá mais vontade de encontrar um grande amor, do que Deus. Existe alma gêmea?”

Eu compreendo a sua necessidade, porque isso faz parte da evolução humana. E você somente está pronto para desfrutar das alegrias do amor divino, depois que passou pelas alegrias e misérias do amor humano. Essa é uma fase do desenvolvimento da consciência. Nesse planeta, você tem a chance de viver essa iniciação que chamamos de união. O princípio masculino busca o feminino. O feminino busca o masculino.

Conforme você vai se purificando, dessa fantasia de encontrar uma alma gêmea; conforme você vai se libertando, dessa ideia de encontrar a pessoa perfeita e, conforme vai se libertando dessa fantasia; conforme você vai compreendendo, que precisa integrar o masculino e o feminino dentro de você, você pode experienciar a unidade.

Eu tenho dito que se a vida é uma escola, relacionamentos é a sua universidade. Você está à procura de integrar o feminino e o masculino dentro de você. Mas, para que essa integração aconteça, é importante que você esteja aberto para ela. Ao mesmo tempo em que você deseja essa integração, você não a quer. Uma parte sua quer integração, mas outra não quer, porque você não quer se abrir para o outro. Noutra parte, você está obstinado a fazer o outro realizar a sua fantasia. Você quer que o outro seja aquilo que você acredita que ele deve ser. Isso não é amor, é egoísmo. Você não está olhando para o outro, somente para si mesmo.

Você quer que o outro atenda às suas expectativas. Isso é o que bloqueia a possibilidade, de você compreender como o outro funciona e, consequentemente, adia a integração do feminino e do masculino dentro de você. Isso adia o seu encontro com Deus; isso adia a sua vontade sincera, de se entregar para o caminho espiritual.

Essa é uma das questões mais delicadas, que precisa ser compreendida em profundidade. Como você adia a sua evolução espiritual, através dos jogos dos relacionamentos.

Questão: Como entra a homossexualidade nisso?

Prem Baba: Não faz diferença. Tanto na homossexualidade, como na heterossexualidade, você está buscando a sua contraparte dentro de você. São estágios no processo da evolução da consciência. De qualquer maneira, você está buscando integrar o masculino, ou o feminino dentro de você. Os jogos são os mesmos. É você projetando as suas fantasias no outro e, forçando o outro a se tornar o que você fantasiou. É você forçando o outro a te amar. É você querendo que o outro se transforme, ao invés de tentar transformar a si mesmo. Isso impede que você se abra para compreender os mistérios dos relacionamentos. Isso se torna um vício e você fica preso nisso.

Você fica preso aos jogos de codependência, onde você somente consegue experienciar prazer, com a infelicidade do outro. É o que eu estava falando ontem, sobre o prazer negativamente orientado. Se você quer realmente evoluir, faz-se necessário reconhecer essas projeções. O quanto você está aberto, para olhar o outro objetivamente? Olhar o outro objetivamente, significa olhar o outro, assim como ele é. Olhar subjetivamente, significa olhar de uma forma distorcida; significa olhar com lentes coloridas, que distorcem a percepção da realidade. Você utiliza essas lentes, normalmente porque não quer ver a realidade.

Você não quer abalar a segurança da fantasia que você criou. Olhar para o outro objetivamente, significa olhar para a luz e para as imperfeições do outro e, estar aberto para amá-lo, mesmo com as suas imperfeições. Porque se você está num corpo humano, você tem imperfeições. Você reconhece as imperfeições, mas não dá força para elas. Isso é olhar objetivamente. Olhar subjetivamente é quando você não quer ver as imperfeições. Você finge que não existe, para continuar no seu mundo de fantasia. Isso adia a sua evolução.

Tem algumas pessoas, que estão chegando do campo do ABC da Espiritualidade, e, que tiveram a chance, de olhar mais objetivamente para si e para o outro. Depois que eles integrarem um pouco melhor a experiência, eles poderão falar um pouco sobre isso, se tiverem vontade. Como é retirar a lente e olhar para o outro objetivamente?

Nós estamos num estágio da consciência, no qual é fundamental, aceitar as diferenças. Você só aceita as diferenças, se puder olhar para elas. Mas, para poder enxergá-las, você precisa estar aberto para isso. É isso que eu chamo de transparência. Esse é o requisito do casamento da Nova Era. Talvez, esse seja o significado maior da palavra intimidade: não ter segredos, não ter mentira.

Você está aberto para receber a revelação do outro e, o outro está aberto para receber a sua revelação. É assim que você vai crescendo no amor. Alguns seres humanos nessa Terra vão passar por essa iniciação. Quando você já está num grau adiantado nessa iniciação, você começa a se lembrar de Deus e, então começa a colocar Deus em primeiro lugar.

Por isso eu digo que, eu dou o que você me pede, até que possa receber o que eu tenho para te dar. Ok, se você quer um namorado, eu te dou um, até que você se canse disso; até que você queira Deus. Mas não entre nisso, querendo sair logo, para poder encontrar Deus. Assim, você também estará adiando o seu aprendizado. Eu tenho dito que, esse fenômeno é um florescimento.

Quando você pôde, integrar o masculino e o feminino e, pôde unir esses princípios dentro de você, ou seja, você realizou a união perfeita, você finalizou um estágio da evolução espiritual, que eu chamo de iniciações menores. Então, você entra nas iniciações maiores e, está pronto para se entregar, para ser guiado pelo grande mistério. Você está pronto para ser levado, para onde Deus quiser que você vá. Então, você está completamente livre.

Você vai deixando os apegos aos poucos. Mas independentemente do estágio em que você se encontra, você deve se dedicar ao seu sadhana. Você deve se dedicar, para a instrução que foi transmitida e, independentemente, de onde você esteja, lembre-se de fazer o seu mantra. Lembre-se de cantar os nomes de Deus, porque você vai sendo resgatado pouco a pouco. Não importa onde você esteja, quando você começa a se lembrar de Deus, nem que seja por um instante, um milagre acontece na sua vida e, uma corda de apego se quebra.

Num instante que você se lembra de Deus e, se abre de verdade, um milagre acontece e o seu desejo é esvaziado. O seu desejo de dominar o outro se esvazia. O desejo é um poço sem fundo. Você quer ter o outro, assim como quer ter coisas. Isso nasce da falsa idéia de quem é você. É por isso que você quer ter. Vagarosamente, quando você se lembra de Deus, você começa a se lembrar, que é uma fonte inesgotável de doação. Você tem amor para dar para todos, assim como o sol, que ilumina todos por igual. Assim como a água pura, que mata a sede de todos.

Aí você começa a sair da esfera pessoal e, entra na esfera impessoal. Ao invés de amar um, você ama a todos. Você descobre que tem amor para todos. Isso é uma passagem, é uma iniciação. Você vai aprendendo isso devagar. “É devagar, é devagar, os caminhos do senhor, é devagar.” Devagar, você vai aprendendo a partilhar o seu ouro espiritual com todos. Mas, para chegar nesse estágio, você precisa passar pela experiência de compartilhar com uma pessoa. Se você não pode compartilhar o seu ouro com uma pessoa, como vai compartilhar com toda a humanidade? Se você não suporta a luz da vela, como vai suportar a luz do sol? Se você não consegue ser verdadeiro com uma pessoa, como pode ser com todos?

É por isso que Deus nos fez assim. É por isso, que nós passamos por esses estágios de evolução da consciência. Assim como você aprende a se revelar para outro ser humano como você, é assim que aprende a se revelar para Deus. Quando você aprende a ser transparente, a ser íntegro e verdadeiro, e, vai se libertando das suas projeções, você vai também removendo as projeções de Deus. Você vai acabando com as fantasias sobre Deus. Você deixa de achar, que Deus é um velhinho de barba branca, sentado no céu, apenas olhando o tamanho dos pecados que você está cometendo. Você começa a ver Deus como amor.

Deus é a inteligência criadora, que age em tudo e em todos, que age através de você e que mora no seu coração. “Eu sou aquele que fala em todas as bocas. Eu sou a vida única, por trás de todos os corpos e nomes.”

Você está em busca dessa experiência, a experiência direta de Deus. É isso que traz alegria sem causa. Mas, respeite o estágio atual da sua iniciação. Se você está num relacionamento, aprenda a ver Deus no seu parceiro. Aprenda a revelar a sua divindade e, a receber a revelação do outro. Paralelamente a isso, dedique-se ao seu sadhana. Assim, vagarosamente, a sua consciência vai sendo iluminada e, a luz da compreensão vai iluminando a sua vida.

Tudo vai ficando simples. Você começa a se sentir calmo. Você sente o silêncio e, vai perdendo a motivação de forçar o outro a dar algo, que ele não tem para te dar. Você começa a respeitar o tempo do outro e, abre mão da necessidade de ser amado exclusivamente, porque você experimentou o amor. Se você tem para dar, você abre mão dessa necessidade de receber o tempo todo. Dessa forma, a sua mente vai se aquietando e se tornando equânime. Então, a vida começa realmente a se abrir.

Questão: Parece que, para seguir esse caminho espiritual, temos que nos esforçar para sair do mundo exterior e deixar os desejos. Mas, parece que somente o fato de estar aqui, já é um luxo. Então, como podemos ter o dinheiro, para ter o que precisamos e tudo mais e, fazer tudo isso? Parece que, somente quem tem dinheiro, pode deixar de ser influenciado pela matéria. Ao mesmo tempo, parece que o caminho espiritual toma todo o nosso tempo, então não temos como ter dinheiro. Então, qual é a solução? Devemos nos tornar todos sadhus? (risos)

Prem Baba: Essa é uma excelente questão. Eu em nenhum momento, disse que o dinheiro é uma coisa negativa. O que é negativo é a forma como você lida com ele. O que acontece, é que o ser humano de uma forma geral, não sabe quem é, e, está identificado com uma falsa ideia de quem é, e, precisa agregar valor para essa ideia. Então, ele precisa conquistar o mundo, para acreditar que é alguém.

Então, se eu tenho um carro bonito e estou dirigindo esse carro, você acredita que esse sou eu. Durante um período, o carro agrega valor para a ideia de quem você acha que é. Passam algumas semanas e, você começa a se sentir novamente separado, sozinho e infeliz. Então, você quer outra coisa. Você consegue uma namorada. Então, eu encontrei a minha alma gêmea. Você fica feliz e se sente preenchido. Você desfila com a sua mulher, pensando “esse aqui sou eu”. Passam algumas semanas, às vezes alguns dias, quando não algumas horas e, você novamente se sente sozinho e separado.

A mente humana está condicionada, a ter coisas pra agregar valor a sua ideia de “eu”. O que eu estou propondo, é que você se entregue para Deus e, permita-se ser guiado por Ele. Permita que Deus lhe dê o que você precisa. Permita que Deus use os seus talentos e dons, para realizar o jogo divino. Quando você estiver afinado com esse propósito; quando o seu propósito interno, o propósito da sua alma, estiver se manifestando no mundo externo, eu duvido que lhe falte alguma coisa. Não lhe falta nada. Deus dá tudo que você precisa. Tudo chega na hora certa. Mas, não é você que quer pegar, para poder agregar valor a sua ideia de “eu”. Você está simplesmente seguindo o fluxo.

Pode chegar um dia, em que a renúncia tome conta de você e, você larga a sua roupa e vira um sadhu pelado por aí, mas eu duvido que lhe falte alguma coisa, porque Deus providencia tudo o que você precisa. O que eu quero que você compreenda, é que é preciso tirar o ego da frente. Não é o ego que tem que estar no comando. É abrir mão da autoria. É renunciar o fruto das suas ações. É colocar cada molécula do seu corpo, de acordo com a vontade divina. É se deixar ser guiado pelo Espírito Santo.

Deus te leva para lá e para cá. Deus dá o que você precisa. Eu estou querendo, na verdade, te provar que no mundo de Deus não existe falta. A falta existe somente na mente humana. O medo da escassez existe na mente. No mundo de Deus não falta nada.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

ABRA OS OLHOS de Lisélia de Abreu Marques

A ilusão é a grande prisão. Somos ao mesmo tempo nosso carcereiro/carrasco e vítima. A percepção para as amarras que nós mesmos apertamos ao nosso redor é fundamental para nos permitir mudar. A tomada de consciência é o ponto de partida, a coragem de mudar é o combustível e a fé de que é possível fazer diferente, juntos, nos colocam de volta ao fluxo onde todas as possibilidades podem se tornar realidade. É possível, abra os olhos.

PONTO DE PARTIDA de Lisélia de Abreu Marques

Deixe que os seus sonhos te guiem de volta ao começo, de volta àquele tempo antes de você se tornar quem você pensa que é, àquele tempo em que você apenas era. E era feliz. Deixe que a saudade que você sente de si mesmo seja a porta de acesso ao ponto de encontro com quem você realmente é.

domingo, 4 de dezembro de 2011

VENHA NU AO NOSSO ENCONTRO de Lisélia de Abreu Marques

Quando você vier ao meu encontro, lembre-se de vir nu pra me impressionar. Venha vestindo apenas a sua alma alva, lavada e transparente para que eu possa ver seu coração batendo no peito.

Quando vier me encontrar, deixe o escudo e a espada lá fora, junto com sua carteira e todos aqueles papéis que você atua. O encontro não precisa deles e a paz também não. Venha nu pra eu ver sua cor, seu som, seu gosto. Deixe lá fora, também, os pensamentos de outras pessoas que você incorporou ao longo da vida e, às vezes, chega a acreditar que são seus. Venha com a mente vazia pra criar coisa nova, de preferência junto.

Não se esqueça, também, de despir-se das suas muitas máscaras, usadas de forma social e estratégica para cada ocasião; traga apenas o seu melhor sorriso, aquele que nasce sem ser chamado - moleque, espontâneo, alegre.

Tire os sapatos, os seus e os dos outros, que, muitas vezes, você veste contrariado e toque a terra com todos os seus sentidos virgens e inocentes.

Tire os óculos multicoloridos, aqueles com lentes que vão do escuro sombrio ao rosa alienado. Mostre seus olhos e deixe-me ver através deles, porque quero ir ao encontro de e não de encontro a, quero me unir, não me chocar, quero fundir e misturar nossas essências como tintas, criando uma paisagem nova, fresca, linda. Pois o amor requer fusão e para amar é preciso conhecer e para conhecer é preciso encontrar. E, as vezes, até mesmo um encontrão desajeitado faz abrir uma fenda por onde vaza nossa alma perdida e solta a procura de Amor. As almas estão sempre a procura do Amor, pois o Amor alimenta mais do que comida, o Amor acalenta mais do que colinho, o Amor cura mais do que remédio, porque o Amor cola nossos pedacinhos quebrados, arranhados, machucados e separados e nos faz inteiros outra vez. O Amor cura a nossa memória e nos faz lembrar quem somos, quem éramos e quem poderemos vir a ser, pois o Amor não se limita ao tempo ou ao espaço. Ele se espalha e contagia e cola tudo e todos, curando este mundo dentro e fora da gente. Portanto venha nu para se encontrar comigo, já que a gente nunca sabe quando o outro vai abrir uma porta de acesso para matarmos a saudade de nós mesmos.

domingo, 6 de novembro de 2011

SOBRE SALVAR AS PESSOAS - Christine Day

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Temos conversado sobre a crença de salvar as pessoas. É importante lembrar que se for um chamado profundo, como algo que você realmente tem que fazer, faça. Se você for chamado, de forma clara, e se não for algo decorrente da mente do ego, como “- Eu tenho que ir lá, ajudar as pessoas famintas!” e você não se ajuda, você está sofrendo, em dor, gritando por dentro, eis a diferença. No fundo você esta usando a dor do outro para encobrir a sua própria dor. O que muitos fazem é deixarem a si mesmos e partir em busca de outras pessoas. Tem tantas pessoas que querem salvar o planeta e salvar os famintos e na maioria do tempo elas não estão com elas mesmas, elas se afastam de si mesmas e não foi isso que elas vieram fazer aqui. E o fato é que as pessoas não precisam ser salvas, elas estão aqui para vivenciar as próprias experiências. Nós vivemos neste plano para ter estas experiências e passamos pelas experiências que escolhemos para aprender. Ás vezes, é na profundidade do sofrimento que as pessoas buscam algo a mais e encontram a elas mesmas. Eles têm a mesma capacidade, ou até uma capacidade maior que as nossas próprias capacidades, de levarem a si mesmos, onde quer que seja, quando estiverem prontas.

E isso é o que devemos fazer em relação a todas as pessoas, amá-las. Isto não quer dizer concordar com tudo que fazem ou se meter em seus assuntos particulares.  Se esse for seu chamado, as vidas que você tocar serão mudadas da forma que precisa ser mudado, e isso seria o cumprimento de acordo pré-estabelecido de ir lá e tocar algumas pessoas. E você pode confiar nisto totalmente. É parte de sua jornada e de sua experiência, mudaria você e mudaria as pessoas. Mas isso é uma coisa, outra é você afirmar “vou salvar as pessoas famintas” (tom de superioridade, prepotência), é diferente.E como é que você vai medir o sofrimento? Você se depara com uma pessoa abastada que está sofrendo muito e uma pessoa faminta sofrendo, como você mede isto? Há muitas dinâmicas envolvidas, cheias de armadilhas da mente do ego. Nós temos dois caminhos, pelo coração e pela mente. Se escolhemos pela mente estamos na ilusão, se escolhemos pelo coração estamos na verdade.

Quando se deixa a ilusão para trás você se direciona a experiência da própria verdade. Existe apenas uma verdade universal, que existe em todo o universo, não tem como você criar sua versão particular da verdade: “- Essa é a minha verdade.” Isso é uma fala do ego. É importante, então, seguir a verdade do universo. E isso é parte da autodevoção, permitir-se ser. O importante é estar conectado consigo mesmo. Isso quer dizer sair de perspectiva do plano tridimensional de auto-condenação para uma relação de quarta e quinta dimensão de amor, de compaixão e de paciência consigo mesmo. Isso é parte do processo de iluminação. Assim você começa a se alinhar e se iluminar.

Na nova era devemos voltar a nós mesmo, reassumir a nós mesmos. Em tempos remotos era assim, você suplicava para alguém te ajudar. Agora somos solicitados para, conscientemente, voltarmos a nós mesmos e nos abrir. Os dons que estão em nosso plano, hoje, nos auxiliam. Temos uma força incrível nos auxiliando desde os reinos espirituais para que possamos cumprir a nossa missão, mas não podemos pedir que alguém nos salve. Nós temos a habilidade, agora, de fazer uma escolha e dizer sim, e dar um passo a frente com consciência. Nós fomos condicionados a muitas coisas e depende de nós dar os novos passos.
 
Sem o corpo não estaríamos aqui. Ao mesmo tempo, na medida que corpo físico é modificado, nós começamos novamente a nos alinhar conscientemente com a nossa própria natureza espiritual divina. Então vivemos um despertar espiritual divino neste período de vida. Não devemos ignorar isto, senão não poderemos convergir à iluminação por estarmos em processo de separação com nossa própria essência. É isso que precisamos observar, nao se pode entrar em pleno despertar espiritual com separação dentro de nós - enquanto estamos nos condenando. Receba a si mesmo, receba a você mesmo. Preste atenção quando estiver recebendo a própria luz, você dando nascimento a você mesmo. Por tanto tempo entendemos isso como algo externo a nós, mas a verdade é que se encontra dentro da gente. É a sua consciência entrando. Dê-se um momentinho todas as manhãs. Pare, ponha a mão no coração, sinta-se presente, respire, e isso é o suficiente. Isso transformará seu campo energético e as células em seu corpo. Dê a você esse momento e é o suficiente. E depois, talvez, um momento de manhã e depois outro momento a tarde. E você percebe a transformação.

Você está em todos os lugares, você é todas as coisas, o que você precisa vem de fato do seu aspecto divino. Eu sei como é difícil, a mente do ego muitas vezes diz que você não vale nada. E ela não diz o quão bonito e glorioso você realmente é. O quão lindo você é. O quão precioso você é. A verdadeira dádiva para o mundo que você é. E isso é a verdade. E essa verdade é muito bela.

Você não precisa ser perfeito, precisa apenas estar num estado onde você se encontra mais suscetível às energias de quarta e quinta dimensão. Quando isso ocorre tudo mais cai, é sublimado, e essa foi minha experiência dois anos atrás. Quando você atingir esse momento de consciência, tudo mais, todas as barreiras caem, sejam as amarras emocionais, sejam os emaranhados físicos.
Eu também, as vezes tenho uma necessidade grande de passar mais tempo com uma pessoa, ou mesmo dar algo financeiramente, então eu dou e sigo com o meu fluxo. Mas isso é um acordo espontâneo. É muito diferente. Todos nós temos nossas experiências aqui, e nossa função é nos encontrarmos, voltarmos a simplesmente ser.  

domingo, 2 de outubro de 2011

A CRENÇA CRIA A REALIDADE de Metraton


"...Você cria sua realidade, mas não é o pensamento em si que é criativo, e sim a CRENÇA. Então, é sábio substituir a palavra "Pensar" por "Acreditar", porque, embora o pensamento positivo possa estimular nova crença. Pensamentos positivos só podem se manifestar se estiverem em sincronia com as suas crenças. Enquanto você não acredita no que pensa, você não esta gerando uma nova realidade." Crença gera realidade." Metatron canalizado por Tyberonn

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

SOBRE AMOR E PAIXÃO de Lisélia de Abreu Marques

Se me perguntares se sou apaixonada, te direi que não, pois a paixão surge sozinha, como uma flecha de cupido que acerta o coração e o embriaga. O amor não, este vem como semente, que a gente escolhe no coração de quem quer plantar. Depois a gente cuida, proteje, alimenta e o amor, feliz, retribui crescendo forte e saudável no coração do amado.
Nao acredito no cupido com suas flechas perdidas. O cupido tem a pontaria jocosa, juntando, muitas vezes pessoas que jamais se escolheriam. Acredito em admiração, em respeito, em amizade, em lealdade, em confiança, em bem querer, em tesao, em afinidade, em rir junto... e a partir daí cultivar uma sementinha de amor com o melhor que houver em meu coração. Dando o melhor para o amor, ele irá crescer e um dia frutificará o melhor. 

sábado, 24 de setembro de 2011

EU CONTRIBUO PARA O MUNDO SER ASSIM de Lisélia de Abreu Marques

 Às vezes, olho pro mundo e dou perda total. E me pergunto o que faço aqui neste mundo insano? Nestas ocasiões, responsabilizo autoridades corruptas, cidadãos inconscientes, pessoas mal-intencionadas pela situação mundial. Me coloco junto aos bons e lamento a situação do nosso planeta azul, sem atentar que contribuo e contribui para o mundo estar assim como está.
Pensamentos, ações e omissões minhas, de agora ou do passado, também construiram a realidade de hoje, tanto positiva, quanto negativamente. Se contribui, tenho minha parcela de responsabilidade para assumir. Ninguém está aqui por acaso. Não se deve abandonar o barco, nem, tão pouco culpar os outros ou a si mesmo. O melhor a fazer é lembrar que nós somos aqueles por quem esperávamos e ocupar nosso lugar no mundo com maturidade saudável.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

PERFEIÇÕES... de Lisélia de Abreu Marques

A flor é perfeita.
Se abrindo em botão ou esmaecendo, continua flor.

O céu é perfeito.
Ensolarado ou nublado, continua céu.

O mar é perfeito.
Calmo ou em tempestade, continua mar.

O ser humano é perfeito.
Na luz ou na sombra, continua humano...

quinta-feira, 5 de maio de 2011

TODA MÃE de Lisélia de Abreu Marques


Toda mãe traz na bagagem um beijinho. Um beijinho tem muitas funções. Um beijinho de mãe alivia a dor, acalma e faz sorrir.

Na bagagem de toda mãe tem, também, um abraço mágico. Mesmo que a mãe seja pequenininha, o seu abraço abraça do dedinho do pé até o fio de cabelo. Abraço de mãe costuma ser quentinho, faz relaxar, tem efeito calmante e já vem com analgésico.

Toda mãe tem uma cama grande, por menor que ela seja. Até um colchãozinho de campanha vira um mundo quando a mãe precisa, e nele ela acolhe quantos filhos precisar. Cama de mãe é refúgio e enfermaria. É para lá que os filhos correm quando acordam de um pesadelo, durante as tempestades, quando falta luz, quando dói aqui ou ali, não importando se a dor é do corpo ou do coração. Além do que, mãe sempre tem uma comidinha que conforta o estômago e a alma.

Toda mãe tem uma farmacinha pessoal onde ela guarda um antiséptico para os cortes e arranhões, um analgésico para as dores, um ungüento para passar onde bateu, onde está roxo, onde caiu. Toda farmacinha de mãe tem um curativozinho e quando é coloridinho então, com personagens ou desenhinhos faz qualquer dedinho machucado virar celebridade. A criança corre para mostrar pra todo mundo o dedinho protegido com o curativozinho e principalmente com o beijinho de mãe que tudo cura.

Toda mãe tem braços longos, mesmo que ela tenha nascido sem braços, pois mãe sabe mil maneiras de abraçar e seus braços abraçam a gente por inteiro, sem sufocar. E voz de mãe? É mais doce que balinha ao dizer que somos “o amor da mamãe”, “a coisinha mais linda do mundo”. Voz de mãe é alegria quando canta cantigas de roda, é sabedoria quando nos ensina o bem, é divina quando nos abençoa e, é santa, quando ao nosso lado, entoa uma prece de proteção e roga a Deus por nós.

Enfim, toda mãe, mesmo que a minha mãe seja a minha tia, a minha professora, o meu irmão mais velho, ou a minha babá, é mágica e tem poderes especiais para curar, para alegrar, confortar, animar, abençoar, proteger e cuidar. Apesar de tudo isto, ao mesmo tempo, toda mulher também é filha e precisa, como todos nós, de mãe. Toda mãe também é criança, também precisa de abraço, beijinho, curativo coloridinho, massagem e proteção. Nessa hora, ela desce do altar que nós a colocamos e vira gente igual a gente. Às vezes, ela desce e sobe do altar tão rapidinho que a gente não vê, e se vemos, quase nunca aceitamos que ela faça isto e a empurramos de volta para cima do altar.

Não estamos acostumados com a idéia de que “Mãe também é gente” e precisa de amor, precisa da nossa compreensão, do nosso perdão, do nosso apoio, principalmente quando ela esquece que é mãe e volta a ser uma pessoa normal, sem seus poderes mágicos. Quando isto acontece ficamos muito tristes e desamparados.

Mulheres fazem filhos e os filhos, ao nascerem, transformam mulheres em mães, se elas quiserem. Mas, infelizmente, às vezes, o parto não é suficiente para fazer a mágica acontecer. Ser mãe acontece quando recebemos um filho e somos investidos neste Espírito, quando aceitamos esta Graça, quando nos permitimos viver a felicidade e a honra de acolher alguém em nossa vida, em nosso coração, quando nos dispomos a amar de verdade. Ser mãe é um ato de vontade que nasce no coração. Mãe é amor e com amor tudo se cura, tudo se transforma. As mães são filhas do Amor de Deus, e tudo o que é tocado por este Amor se transforma, também, em amor. O Amor de Deus se multiplica através das mães e se manifesta no amor que dedicam, na Terra, aos filhos. Juntos, mães e filhos com seu amor, trazem luz para a Terra e manifestam Deus no mundo. E os pais? Os pais protegem os dois com seu Amor de Pai, completam a família, estabelecem um novo equilíbrio. Os homens fazem parte do processo desde antes da concepção. Os pais são os guardiões, os anjos. Juntos, pai, mãe e filhos formam uma família, e a família é o ninho, o abrigo que favorece o crescimento e o desenvolvimento de cada um de nós.

domingo, 24 de abril de 2011

O HOMEM DA MASCARA DE FERRO TAMBÉM SOU EU de Lisélia de Abreu Marques

Existem muitos mundos dentro de nós. Mundos habitados por aspectos desconhecidos de nós mesmos, separados por freqüência vibratória. A parte que conheço de mim mesma, a parte na qual me reconheço e aceito, a parte que chamo de “eu” está apartada das partes que rejeito, que me envergonho, que temo em mim mesma e as quais tranco num quartinho escuro para que eu não tome consciência delas. Desde muito cedo voltamos a atenção para as partes valorizadas de nós mesmos, aquelas que aceitamos e reconhecemos e trancafiamos até o esquecimento, na masmorra do inconsciente, como o “homem da máscara de ferro”, as partes irmãs que rejeitamos. Mas estas partes rejeitadas continuam vivas e não ficam quietinhas trancafiadas na gaveta, continuam a viver, a atuar e a nos influenciar mesmo com a nossa recusa em tomar conhecimento delas. Por estarem no inconsciente, ou seja, fora da nossa percepção, sentimos as conseqüências de sua atuação, mas não reconhecemos as causas em nós. Não enxergamos como criamos aquela realidade. A impressão é de que fomos vitimados pelo destino, pela sociedade, pelo mundo, pelos outros. A desconexão com nossas facetas rejeitadas e trancafiadas favorece a atuação delas meio que a nossa “revelia”.

A influência em nossas vidas daquilo que escondemos de todos, inclusive de nós mesmos, no inconsciente é real. Muitas vezes agimos inconscientemente criando circunstâncias diárias e não nos damos conta disto. Parece que a vida acontece independente de nós. Parece que a vida tem vontade própria e destino desconhecido.

Sentimentos, pensamentos, desejos que consideramos indignos, impuros, vergonhosos são rejeitados e trancafiados, mas, nem por isto deixam de existir. Continuam a existir e a partir das sombras do inconsciente afetam de maneira importante a realização de nossos sonhos, desejos e ações de boa intenção e valor. Obstruem, interferem no nosso crescimento, na nossa felicidade, na nossa realização pessoal, profissional, emocional, ou em qualquer outra área relacionada a estes aspectos. As “verdades” que acreditamos (incluindo aqui preconceitos e imagens de massa) se manifestam na nossa vida diária. As verdades que acreditamos, não, necessariamente são a Verdade, mas porque acreditamos nelas as materializamos. Acreditar que “é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus” pode afastar alguém da riqueza e da prosperidade. Acreditar que “todos os homens traem” pode atrair homens infiéis. O universo é como “o gênio da lâmpada” dizendo “sim amo, seu desejo é uma ordem.” Só que este gênio não distingue os bons e saudáveis pensamentos dos maus e doentios. Diz sim para todos e materializa nossos sonhos e nossos pesadelos. Materializa a somatória dos desejos conscientes e inconscientes. E, muitas vezes, um "não" a um desejo saudável tem mais força que um "sim" para este mesmo desejo, como por exemplo, parar de fumar, fazer exercícios, estudar, etc. Uma parte quer estudar, outra parte não quer estudar. Uma parte que se exercitar, outra para não quer se exercitar. Dentro de nós, existem interesses contrários em conflito.

Conhecer e desfazer os pesadelos é fundamental para ter os sonhos realizados e os pesadelos não. Não há como manifestar o que não existe. A vida exterior é como uma tela em branco em que pintamos o que existe dentro de nós. Não haveria tantas guerras no mundo se não houvesse tantas guerras no coração dos homens. Só podemos dar o que temos. Reprimir o que não queremos só coloca longe dos olhos aquilo que deveríamos cuidar, limpar e transformar. Trazer à consciência, à luz do dia, aquilo que considerarmos o nosso pior, o nosso lado mais feio é a melhor atitude a se tomar. Trazer a agressividade à consciência é diferente de sair espancando as pessoas que cruzarem o nosso caminho. Trazer à consciência é tomar conhecimento, é se apropriar de uma parte sua, é olhar para ela, é questioná-la, amá-la, melhorá-la, reconduzi-la ao bem.

É preciso se dar ao trabalho de acolher todas as partes de nós mesmos que rejeitamos, banimos, rechaçamos. Essa atitude de rejeição é muito cruel, é autodestrutiva, é conflituosa, é maligna, é orgulhosa (pois parte de um sentir-se superior). Enfim, usamos um lado ruim para banir um lado ainda pior de nós mesmos. Está na hora de usarmos nosso lado amoroso, para amarmos a nos mesmos. A autoestima vem do amor próprio. Amar a si mesmo é o primeiro passo para a saúde em todos os seus aspectos.

Amar a parte boazinha é fácil. O grande desafio é “amar ao vosso inimigo”, principalmente quando o nosso inimigo somos nós mesmos. Se não conseguirmos acolher nossas partes menos queridas, como poderemos acolher estas partes nos outros?

O Tarô traz no arcano 11, a carta da Força na qual se estampa a gravura de uma moça gentil abrindo a boca de um leão feroz. É através desta força firme e delicada do amor, da força que atua não contra o leão, não contra o mal, não contra qualquer coisa que achamos errada, mas sim que atua em prol da união, da integração, da paz, do perdão, da unidade que conseguiremos curar os aspectos distorcidos da nossa alma. Esta carta do Tarô, o arcano 11 se faz representar na força utilizada por um adestrador de cães famoso chamado César Milan em seu programa de TV, se faz presente na força de uma educadora infantil num outro programa chamado “Supernanny”. É este tipo de força que une, que integra, diferente da força onde um vence e o outro perde. Na força que o arcano 11 representa todos saem vencedores.

Enquanto estivermos usando a força que combate, a força contra algo ou alguém, a força que separa, que derrota, que mata, estaremos alimentando o que desejamos que cesse, ou seja, a separação, a dor, a desconexão. O lado que perde também faz parte do ser que se reconhece apenas no lado que ganha. Como pode o corpo ficar bem se a mão direita vencer e decepar a mão esquerda? Não existe vitória sobre si mesmo que não seja no amor. E amar é mais do que aceitar o que está ok. Tem uma frase que eu gosto muito e que acho que expressa bem o que quero dizer, ela diz assim: “ Me ame quando eu menos merecer, pois é quando eu mais preciso.”

Aceitar os meus defeitos não significa aprovar os meus defeitos, significa parar de me rejeitar, para de me identificar só com a minha parte bonitinha. Aceitar os meus defeitos significa me aceitar por inteiro, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza quer seja física, emocional, espiritual, etc. É o casamento interior, a união. Aceitar não significa ser conivente, aprovar um defeito, e sim encarar os fatos, a realidade das minhas imperfeições. Aceitar a realidade é o primeiro passo para mudar a realidade. Negar a realidade é fazer como o avestruz que enfia a cabeça num buraco e acha que com isto está resolvendo a questão. Rejeitar a realidade, excluí-la não é saudável. Os loucos fazem isto. Incluir o que temos de mais feio nos faz inteiros, cessa a guerra que há dentro de nós. Sentarmos juntos, lado a lado, o nosso lado mais esclarecido e o nosso lado mais ignorante. Sentarmos juntos ao redor da fogueira para conversar, para olhar olhos nos olhos é o caminho para a paz interior, para a integração, para a cura. Lembrando que a cura de cada um é, também, a cura de todos.

terça-feira, 19 de abril de 2011

CONSAGRAÇÃO DO APOSENTO

Foi através do “Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento” que surgiu uma das mais belas preciosidades do esoterismo brasileiro: a oração conhecida como “Consagração do Aposento”.

É uma oração profunda, de natureza universal, ecumênica.
Hoje, a “Consagração do Aposento” foi incorporada ao acervo cultural da Humanidade. Pertence, portanto, ao mundo. É recomendada para todos os dias!

Consagração Do Aposento
Dentro do círculo infinito da Divina presença, que me envolve inteiramente, afirmo:

Há uma só presença aqui, é a da HARMONIA que faz vibrar todos os corações de felicidade e alegria. Quem quer que aqui entre, sentirá as vibrações da Divina Harmonia.

Há uma só presença aqui é a do AMOR.
Deus é Amor que envolve todos os seres num só sentimento de unidade.
Este recinto está cheio da presença do Amor.
No Amor eu vivo, me movo e existo.
Quem quer que aqui entre, sentirá a pura e santa presença do Amor.

Há uma só presença aqui, é a presença da VERDADE. Tudo o que aqui existe, tudo o que aqui se fala, tudo o que aqui se pensa é a pura expressão da verdade. Quem quer que aqui entre sentirá a presença da Verdade.

Há uma só presença aqui, é a da JUSTIÇA.
A Justiça reina neste recinto.
Todos os atos aqui praticados são regidos e inspirados pela Justiça.
Quem quer que aqui entre, sentirá a presença da Justiça.

Há uma só presença aqui, é a PRESENÇA DE DEUS, O BEM.
Nenhum mal poder entrar aqui.
Não há mal em Deus.
Deus, o Bem reside aqui.
Quem quer que aqui entre, sentirá a presença Divina do Bem.

Há uma só presença aqui, é a PRESENÇA DE DEUS, A VIDA.
Deus é a vida essencial de todos os seres.
É a saúde do corpo e da mente.
Quem quer que aqui entre, sentirá a Divina Presença da Vida e da Saúde.

Há uma só presença aqui, é A PRESENÇA DE DEUS, A PROSPERIDADE.
Deus é a Prosperidade, pois ele faz tudo crescer e prosperar.
Deus se expressa na Prosperidade de tudo o que aqui é empreendido em Seu Nome.
Quem quer que aqui entre, sentirá a Divina Presença da Prosperidade e da Abundância.

Pelo símbolo esotérico das Asas Divinas, estou em vibração harmoniosa com as correntes universais da Sabedoria, do Poder e da Alegria.
A presença da divina Sabedoria se manifesta aqui.
A presença da Alegria Divina é profundamente sentida por todos que aqui penetram.

Na mais perfeita comunhão entre o meu Eu inferior e o meu Eu Superior, que é Deus em mim, consagro este recinto à perfeita expressão de todas as qualidades Divinas que há em mim e em todos os seres.

As vibrações do meu Pensamento são forças de Deus em mim, que aqui ficam armazenadas e daqui se irradiam para todos os seres, constituindo este lugar um centro de emissão e recepção de tudo quanto é Bom, Alegre e Próspero.

Oração:
Agradeço-Te ó Deus, porque este recinto está cheio da Tua Presença.
Agradeço-Te, por que vivo e me movo por Ti.
Agradeço-Te, por que vivo em Tua Vida, Verdade, Saúde, Prosperidade, Paz, Sabedoria, Alegria e Amor.
Agradeço-Te, porque todos que entrarem aqui sentirão a Tua Presença.
Agradeço-Te, porque estou em Harmonia, Amor, Verdade e Justiça com todos os seres."